Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande

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AL discute situação da Refinaria Riograndense em audiência

Petroleiros e autoridades municipais defendem a encampação da antiga refinaria Ipiranga pela Petrobras - Foto: Marco Couto/AL Controle acionário da empresa é dividido entre Petrobras, Ultrapar e Braskem - Foto: Fabio Dutra

Em audiência pública da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável, na manhã de hoje, 24, petroleiros e autoridades municipais do Rio Grande defenderam a encampação da Refinaria Riograndense (antiga refinaria Ipiranga) pela Petrobras. Hoje, o controle acionário da empresa é dividido entre Petrobras, Ultrapar e Braskem. O presidente da comissão, deputado Adilson Troca (PSDB), destacou a importância da empresa para o município do Rio Grande e o Estado em termos de arrecadação de ICMS e geração de emprego. Ao final da reunião, foi sugerida a formação de um grupo que visitará a empresa e seguirá nas negociações pela busca de acordo entre a administração da refinaria e os trabalhadores.

Também o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT) falou sobre a importância, a história e a simbologia da refinaria. Ele e Troca foram proponentes da audiência pública. Logo no início dos trabalhos, Troca leu um documento encaminhado pela Intersindical do Rio Grande ao presidente da Petrobras e assinado por mais de 50 entidades, no qual é defendida a encampação de 100% dos ativos da refinaria pela Petrobras. Também foram entregues 35 mil assinaturas em apoio ao movimento.

O presidente do Sindipetro do Rio Grande, José Marcos Olioni, disse que a luta dos funcionários tem sido diária. Relatou uma série de reuniões com a Petrobras dizendo que saiu delas decepcionado. Segundo ele, não há intenção de investimentos na refinaria. “Cachorro que tem três donos morre de fome, ninguém cuida”, disse a respeito do consórcio que administra a empresa. O prefeito do Rio Grande, Fábio Branco, aliou-se à preocupação do sindicalista, apresentando números sobre o que representa a empresa no orçamento do Município.

O coordenador da Federação Única dos Petroleiros, João Antônio Moraes, defendeu não só a encampação da empresa pela Petrobras, mas também o monopólio estatal do petróleo. Ele criticou o governo por anunciar a construção de "quatro refinarias no Nordeste e não investir na refinaria gaúcha".

Garantia de sustentabilidade

O presidente do Conselho de Administração da Refinaria Riograndense, João Adolfo Oderich, representando a Petrobras, Ultra e Braskem, disse ter sido convidado para a audiência para falar sobre a garantia de sustentabilidade da refinaria. Descreveu o cenário em que a empresa foi assumida e os avanços obtidos desde então. Disse terem sido escolhidos representantes de diversos setores nesse processo, inclusive da área sindical.

Segundo Oderich, é preciso levar em conta a atividade de risco que a empresa desenvolve, os potenciais impactos ambientais, em uma cidade de 250 mil habitantes. Tratava-se, segundo ele, de uma unidade operacional com baixa escala de produção para os padrões modernos cuja vocação precisava ser identificada. O grupo constituído para esta tarefa, conforme relatou, identificou esta vocação, relacionada à competitividade da empresa.

De acordo com o presidente do conselho, aos poucos o mercado foi recuperado, trabalhadores foram contratados e a produção atingiu recordes históricos. Ele frisou que tudo isso só foi possível com a participação dos três sócios: Petrobras, Ultra e Braskem. Para este ano, segundo ele, projetam-se investimentos de R$ 22 milhões na recuperação de antigos passivos, ambientais e produtivos. "Os compromissos assumidos quatro anos atrás estão sendo plenamente cumpridos, e diria mais: com excelentes resultados", declarou.

Unidade de solventes

Somando-se às boas notícias, o diretor-superintendente da Refinaria Riograndense, Hamilton Romanato Ribeiro, anunciou que no dia 7 de setembro a empresa deve inaugurar uma unidade de solventes, atendendo a um mercado que hoje depende exclusivamente das importações.

O gerente-executivo da Petrobras, Francisco Pais, reiterou as falas de Oderich e Romanato ao falar de produtos e investimentos, mas foi criticado pelo presidente do Sindipetro do Rio Grande, José Marcos Olioni, que o acusou de não querer investir na refinaria. O executivo assegurou, no entanto, estar "pessoalmente comprometido com a garantia operacional da refinaria" e relatou as dificuldades para se chegar ao estágio em que a empresa se encontra hoje.

Além de Troca e Lindenmeyer, estiveram presentes os deputados Lucas Redecker (PSDB), Luis Lauermann (PT), Luis Fernando Schmidt (PT), Daniel Bordignon (PT), Luciano Azevedo (PPS) e Marco Alba (PMDB). Participaram da audiência ainda o prefeito do Rio Grande, Fábio Branco, o presidente da Câmara dos Vereadores do Rio Grande, Paulo Renato Mattos Gomes, representantes do governo do Estado, da CUT, da Fiergs, da Aliança Rio Grande, entre outros.

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